A presidente Dilma Rousseff encerrou nesta segunda-feira à noite a primeira perna de sua visita de dois dias aos EUA, reunindo-se com empresários e com o presidente americano, Barack Obama, na capital, Washington
No encontro de Dilma e Obama, tão importantes quanto os assuntos que foram discutidos são os que não foram sequer mencionados: o programa nuclear do Irã, a posição de Cuba na política continental e a vaga permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
Foi a própria Dilma quem disse a jornalistas, em uma entrevista no meio da tarde, que nenhum dos três temas – fontes de desconforto no passado – havia sido discutido na reunião de trabalho ou no almoço entre os dois líderes.
DILMA CITA POTENCIAL
A agenda positiva de Dilma nos EUA se centrou na cooperação em áreas em que Brasil e Estados Unidos têm maior potencial de integração: aeroespacial, energia e biocombustível, defesa, atuação em segurança alimentar em terceiros países, entre outras.
Além dessas, a grande aposta desta visita são as possibilidades de parcerias nas áreas de educação, ciência e tecnologia – foco da continuação da viagem de Dilma nesta terça-feira em Boston.
Ela vai visitar as universidades de Harvard e a sede do Massachussets Institute of Technology, instituições que receberão bolsistas do programa Ciência Sem Fronteiras.
A iniciativa brasileira é complementada pelo programa 100.000 Strong (algo como, "Fortes como 100 mil"), que tem a ambição de levar 100 mil estudantes americanos a estudar na América Latina e Caribe dentro dos próximos dez anos, e receber nos EUA igual quantidade de bolsistas da região.
INICIATIVAS BILATERAIS
No plano empresarial, as iniciativas bilaterais têm por objetivo fortalecer a cooperação entre empresas, para que as brasileiras possam avançar em termos de inovação, absorvendo o ímpeto da "grande criatividade e grande competitividade" da economia americana, nas palavras da presidente.
Em sua conversa com os jornalistas, Dilma disse que tem com o presidente Barack Obama "uma relação de alta qualidade, muito sensível". Obama, que qualificou o antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, de "o cara", já se encontrou três vezes com a colega brasileira como presidentes.
Ele foi ao Brasil em março do ano passado, quando Dilma tinha pouco tempo de governo – o que analistas consideraram um gesto importante.
"Foi a primeira vez que um diálogo entre os EUA e um país latino-americano começou com um presidente americano fazendo a primeira visita", resumiu o o diretor do Brazil Institute, do Woodrow Wilson Center, Paulo Sotero, em conversa com a BBC Brasil.
Na declaração à imprensa após a reunião na Casa Branca, Dilma lembrou daquela visita, quando teve a "oportunidade" de conhecer Michelle Obama e o resto da família.
(Fonte: BBC)
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