terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CHICO XAVIER, POR TIO JORGINHO


DÁ DE TI MESMO
Declaraste não possuir dinheiro para auxiliar.
Acreditas que um pouco de papel ou um tanto de níquel te substituem o coração?
Esqueces-te, meu filho, de que podes sorrir para o doente e estender a mão ao necessitado?
A flor não traz consigo uma bolsa de ouro e, entretanto espalha perfume no firmamento.
O céu não exibe chuvas de moedas, mas enche o mundo de luz.
Quanto pagas pelo ar fresco que, em bafejos amigos, te visita o quarto pela manhã?
O oxigênio cobra-te imposto?
Quanto te custa a ternura materna?
As aves cantam gratuitamente.
A fonte que te oferece o banho reconfortador não exige mensalidade.
A árvore abre-te os braços acolhedores, repletos de flor e fruto, sem pedir vintém.
A bênção divina, cada noite, conduz o teu pensamento a bendito repouso no sono e não
fazes retribuição de espécie alguma. Habitualmente sonhas, colhendo rosas em formoso jardim,
junto de companheiros felizes; no entanto, jamais te lembraste de agradecer aos gênios espirituais
que te proporcionam venturoso descanso.
A estrela brilha sem pagamento.
O Sol não espera salário.
Porque não aprenderes com a Natureza em torno?
Porque não te fazeres mais alegre, mais comunicativo, mais doce?
Tens a fisionomia seca e ensombrada por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas recursos materiais
para ser bom, quando a bondade não nasce dos cofres fortes.
Sê irmão de teu irmão, companheiro de teu companheiro, amigo de teu amigo.
Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.
Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.
Estende os braços, alonga o coração, comunica-te com o próximo, através dos fios brilhantes da
amizade fiel.
Que importa se alguém te não entende o gesto de amor?
Que seria de nós, meu filho, se a mão do Senhor se recolhesse a distância, por temer-nos a rudeza
e a maldade?
Dá de ti mesmo, em toda parte.
Muito acima do dinheiro, pairam as tuas mãos amigas e fraternais.
( Francisco Cândido Xavier )

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